O Home Care, ou atenção domiciliar, se fortalece no Brasil pelo aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população brasileira, que hoje soma 29,9 milhões de idosos.
Assim, o envelhecimento, acompanhado de doenças como Alzheimer, a demência senil, problemas articulares e ortopédicos -, que impedem a mobilidade dos idosos – osteoporose, entre outras, requer um cuidado ainda maior e que acaba sendo mais efetivo quando realizado na casa do paciente.
Não é à toa que o número de empresas que prestam esse atendimento no Brasil quase triplicou nos últimos seis anos.
De acordo com o censo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Núcleo Nacional de Empresas de Serviço de Atenção Domiciliar (Nead), em 2020 foram registradas 830 empresas de Home Care no Brasil e o setor fatura em média R$10,6 bilhões anualmente.
O crescimento do setor Home Care no Brasil não se deve somente ao envelhecimento da população, mas também ao custo-benefício do atendimento domiciliar e as vantagens de um tratamento humanizado.
A alta demanda de profissionais da área tem feito com que universidades em todo o país disponibilizem cursos especializados e direcionados ao Home Care.
Assistência domiciliar aumenta na pandemia
A assistência domiciliar não foi pensada apenas para garantir maior segurança, conforto e qualidade de vida ao paciente, mas também para reduzir a sobrecarga na ocupação de leitos do sistema de saúde, principalmente, em períodos de pandemia.
Durante a pandemia da Covid-19, o Home Care vem atuando de forma a desafogar o sistema hospitalar, principalmente, porque muitos pacientes que contraíram o Sars-Cov-2 têm apresentado sequelas e é requerido um longo tratamento médico.
Só em 2020, quando a pandemia se espalhou pelo mundo, o Home Care cresceu 15% e se espera que o setor continue em expansão em 2021.
Hospitais que experienciaram aumento no número de leitos ocupados durante os picos de contágio da Covid-19, como o caso do Sírio-Libânes, têm indicado a efetividade do home care em dar suporte ao sistema hospitalar.
Muitos médicos têm recomendado o Home Care pensando também na segurança e saúde psicológica e emocional do paciente, que estimulam uma recuperação mais rápida.
Pessoas que passam longos períodos hospitalizadas acabam fazendo o uso de corticosteróide -, utilizado no tratamento de casos graves da Covid-19 – que influencia na imunidade. Com a imunidade mais baixa, a probabilidade de contrair uma infecção hospitalar aumenta, ocasionando um risco maior à saúde do paciente.
De acordo com o Nead, mais de 290 mil brasileiros foram submetidos a algum tipo de atendimento médico em casa em 2019. Se não houvesse o atendimento residencial, seria necessário a abertura de 21 mil novos leitos no país, o que equivale a todos os leitos públicos e privados do Estado de Pernambuco.
Com pacientes de outras patologias recebendo o tratamento em casa, hospitais e unidades de saúde podem destinar seus leitos aos infectados de maneira moderada ou grave pela Covid-19.
O Home Care também diminui o risco de contágio pelo vírus, já que ele não está relacionado somente ao tratamento de doenças crônicas ou ao acompanhamento de idosos. Por isso, o processo de acreditação e qualidade é tão importante. Com ele, é possível validar as questões mais importantes para atender o paciente.
A aplicação de uma injeção, por exemplo, ou a coleta de sangue, que demandariam uma visita ao hospital ou posto de saúde, podem ser feitas em casa por um profissional especializado. Esses procedimentos feitos na residência do paciente diminuem sua exposição ao vírus, bem como a taxa de contágio.
Pensando também na segurança do paciente, o próprio Sírio-Libânes têm sugerido a transferência de pacientes com patologias crônicas e que requerem um longo período de internação para clínicas de transição ou Home Care, assim os cuidados paliativos podem ser feitos em casa e com mais segurança.
Com a pandemia longe de chegar ao fim, a tendência para o setor é a de crescimento exponencial, sobretudo após a adesão de muitos convênios na cobertura do atendimento médico em casa. Por// Beatriz Souza