Saúde

EUA Intensificam Pesquisas para Compreender o Aumento de Casos de Autismo

Com uso de tecnologia, integração de dados nacionais e foco em fatores ambientais, os Estados Unidos ampliam pesquisas para compreender as origens do transtorno do espectro autista.

Ilustração digital em estilo flat representando a conscientização sobre o autismo: um grupo diverso de pessoas, incluindo uma criança com fones de ouvido, adultos e profissionais de saúde, interagindo em um ambiente acolhedor com peças de quebra-cabeça coloridas ao fundo, simbolizando a diversidade dentro do espectro autista.
EUA aumenta esforços para identificar causas do autismo ( Foto: Arquivos Mundial )

Washington, EUA — O número de diagnósticos de autismo nos Estados Unidos tem crescido de forma expressiva nas últimas décadas. Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), a prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou de 1 a cada 150 crianças em 2000 para 1 a cada 36 em 2020. Esse salto está mobilizando cientistas, médicos e autoridades de saúde pública americanas a investigar as causas por trás desse aumento.

Embora esse esforço de pesquisa seja centrado nos Estados Unidos, os resultados podem lançar luz sobre o cenário global — inclusive no Brasil, onde também se observa um aumento significativo nos casos de autismo.

O que Está Sendo Feito nos EUA

Várias instituições americanas, como o NIH (National Institutes of Health) e universidades como Harvard e Stanford, estão liderando estudos multidisciplinares que investigam fatores genéticos, ambientais e sociais. Entre os principais focos estão:

  • Fatores ambientais: exposição a poluentes como pesticidas, metais pesados e partículas do ar (PM2.5);
  • Complicações na gravidez: infecções virais, pré-eclâmpsia e uso de determinados medicamentos como ácido valproico;
  • Diagnóstico ampliado: mudanças nos critérios do DSM-5 e maior conscientização pública têm levado a mais diagnósticos, inclusive em adultos.

Os EUA também investem em tecnologias avançadas, como análise genômica e neuroimagem, para identificar biomarcadores do autismo.

Reflexos no Brasil

No Brasil, estima-se que haja cerca de 6 milhões de pessoas com autismo — embora não existam dados oficiais unificados. Muitos especialistas acreditam que o aumento observado nos diagnósticos também está ligado à maior visibilidade, formação de profissionais e acesso à informação.

Com base nas descobertas americanas, pesquisadores brasileiros estão adaptando estudos para a realidade nacional, levando em conta fatores socioambientais locais, como poluição urbana e desigualdades no pré-natal.

Sintomas e Diagnóstico

O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por:

  • Dificuldades na comunicação e interação social;
  • Comportamentos repetitivos;
  • Interesses restritos;
  • Hipersensibilidade sensorial.

O diagnóstico geralmente ocorre na infância, mas cada vez mais adultos também estão sendo identificados no espectro.

Tratamentos

Os tratamentos médicos do autismo nos EUA são parte fundamental do cuidado multidisciplinar oferecido a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora o autismo em si não tenha cura, a medicina nos Estados Unidos foca em tratar os sintomas associados, melhorar a qualidade de vida, e reduzir o impacto funcional do transtorno. A seguir, detalho os principais aspectos médicos desse cuidado, com foco em práticas adotadas, medicamentos utilizados, especialidades envolvidas e a estrutura de saúde americana.


1. Princípios do Tratamento Médico do Autismo

Nos EUA, o tratamento médico do autismo envolve:

  • Diagnóstico precoce e preciso
  • Intervenções baseadas em evidência
  • Acompanhamento clínico contínuo
  • Uso criterioso de medicamentos para sintomas associados
  • Integração com terapias comportamentais e educacionais

2. Diagnóstico Médico e Especialidades Envolvidas

a) Pediatras e Neuropediatras

  • São geralmente os primeiros profissionais a identificar sinais de autismo.
  • Realizam triagens regulares (como o M-CHAT) entre 18 e 24 meses de idade.

b) Psiquiatras Infantis

  • Avaliam e tratam sintomas como ansiedade, TDAH, agressividade ou transtornos do sono.
  • Prescrevem e monitoram medicamentos psicotrópicos.

c) Neurologistas

  • Avaliam casos de autismo com possíveis condições neurológicas associadas, como epilepsia (que afeta 20-30% das pessoas com TEA).

d) Geneticistas

  • Investigam causas genéticas, síndromes associadas (como Síndrome de Rett, X Frágil), especialmente quando o autismo vem com atraso severo de desenvolvimento.

3. Medicamentos Utilizados (Uso Criterioso)

a) Antipsicóticos Atípicos

Utilizados para irritabilidade, agressividade, automutilação e agitação:

  • Risperidona (Risperdal)
    • Único aprovado pelo FDA especificamente para sintomas de TEA em crianças (a partir de 5 anos).
  • Aripiprazol (Abilify)
    • Também aprovado pelo FDA. Menos efeitos sedativos.

Efeitos colaterais possíveis: ganho de peso, sonolência, efeitos metabólicos.


b) Estimulantes e Não Estimulantes

Para sintomas de TDAH, comuns em autistas:

  • Metilfenidato (Ritalina, Concerta)
  • Anfetaminas (Adderall)
  • Atomoxetina (Strattera) – alternativa não estimulante

c) Ansiolíticos e Antidepressivos

Para ansiedade, obsessões, depressão:

  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)
    • Ex: Fluoxetina (Prozac), Sertralina (Zoloft)
  • Buspirona – ansiolítico não sedativo

d) Anticonvulsivantes

  • Usados em casos com epilepsia associada ou para estabilizar o humor:
    • Valproato, Lamotrigina, Levetiracetam

e) Melatonina

  • Suplemento amplamente prescrito para distúrbios do sono em crianças com autismo.
  • Considerada segura e eficaz.

4. Terapias Médicas Complementares

a) Suplementação Nutricional

  • Em alguns casos, médicos recomendam vitaminas ou minerais:
    • Ômega-3, Vitamina D, B6 com magnésio
  • Devem ser supervisionadas por profissionais, pois o excesso pode causar efeitos adversos.

b) Terapia Hormonal e Biomédica (controversa)

  • Alguns estudos experimentais usam oxitocina (hormônio do vínculo social), naltrexona, entre outros.
  • Ainda não são tratamentos aprovados amplamente nos EUA.

5. Integração com o Sistema de Saúde

Nos EUA, o acesso ao tratamento médico do autismo envolve:

  • Seguro de saúde privado ou público (Medicaid)
  • Clínicas especializadas (como o Kennedy Krieger Institute, Autism Speaks Centers)
  • Planos personalizados com profissionais de diferentes áreas (médica, terapêutica e educacional)

6. Leis e Cobertura Médica

  • Muitos estados têm leis que obrigam os planos de saúde a cobrir tratamentos médicos do autismo, incluindo ABA, medicamentos e consultas especializadas.
  • O Affordable Care Act (Obamacare) exige que diagnósticos e tratamentos para autismo sejam cobertos como “serviços essenciais” em planos de saúde.

Estados Unidos Intensificam Pesquisas para Compreender as Origens do Autismo

Em 2025, os Estados Unidos intensificaram os esforços para identificar as causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), impulsionados por iniciativas federais e debates científicos. A seguir, um panorama abrangente dessas ações:


🧬 Iniciativas Federais de Pesquisa

1. Parceria entre NIH e CMS

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), liderado por Robert F. Kennedy Jr., anunciou uma colaboração entre os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e os Centros de Medicare e Medicaid Services (CMS) para criar uma plataforma de dados abrangente. Essa iniciativa visa integrar registros médicos eletrônicos, dados de seguros e informações de dispositivos vestíveis para investigar as causas do autismo, disparidades no diagnóstico e tratamento, acesso à saúde e impacto econômico da condição. (Reuters)

2. Banco de Dados Nacional de Autismo

O NIH planeja utilizar informações de programas federais de saúde, como Medicare e Medicaid, para estabelecer um banco de dados nacional sobre o autismo. Esse projeto busca facilitar pesquisas avançadas sobre as causas do TEA, respeitando as leis de privacidade e segurança de dados. (NPR)


🌿 Foco em Fatores Ambientais

Kennedy Jr. tem enfatizado a investigação de possíveis fatores ambientais associados ao aumento das taxas de autismo, como pesticidas, produtos químicos alimentares, medicamentos, mofo, poluição do ar e da água, além de exames de ultrassom. Ele também sugeriu a necessidade de reavaliar a segurança de vacinas, apesar do consenso científico que refuta qualquer ligação entre vacinas e autismo. (New York Post, The Daily Beast)


🧪 Críticas e Controvérsias

Especialistas e organizações científicas expressaram preocupações quanto à ênfase em fatores ambientais e à reabertura de debates sobre vacinas. A Autism Science Foundation destacou que, em cerca de 20% dos casos de autismo, uma variante genética específica pode explicar as características do transtorno. Além disso, estudos indicam que o aumento nas taxas de diagnóstico reflete melhorias na triagem e no acesso a serviços, e não necessariamente um aumento real na prevalência. (autismsciencefoundation.org, New York Post)


📊 Dados Recentes sobre Prevalência

De acordo com o CDC, aproximadamente 1 em cada 31 crianças de 8 anos nos EUA foi diagnosticada com TEA em 2022, um aumento em relação a 1 em 36 em 2020. Esse crescimento é atribuído principalmente a melhores práticas de detecção precoce e maior conscientização sobre o transtorno. (AP News)

Os esforços dos EUA em 2025 para identificar as causas do autismo refletem uma abordagem multifacetada, combinando avanços tecnológicos, colaboração interinstitucional e debates científicos. Enquanto novas pesquisas são conduzidas, é essencial que as políticas públicas se baseiem em evidências sólidas, respeitando os direitos e a dignidade das pessoas autistas.

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