Banco Inter atualiza preço alvo para BBSE3, PSSA3, SULA11 e IRBR3

Os últimos dados de 2022, mostram um crescimento ainda forte, com o bimestre (jan e fev) avançando 12,6% a/a, vindo de um setor de seguros e acumulação com boa demanda

Preço alvo para BBSE3, PSSA3, SULA11 e IRBR3
Preço alvo para BBSE3, PSSA3, SULA11 e IRBR3 (Foto: Arquivos Mundial)

Após os resultados de 2021, atualizamos nossas premissas e preços-alvo para as ações das seguradoras de nossa cobertura, incorporando as novas perspectivas para o cenário doméstico e considerando preços-alvo para 2022 (YE22), mantemos nossa recomendação de compra para a BB Seguridade (BBSE3) com preço-alvo/ação YE22 de R$ 30 (R$ 36 anteriormente) e Sulamérica (SULA11) com preço-alvo/ação YE22 de R$ 35 (R$ 39 anteriormente). Alteramos nossa recomendação de compra em Porto (PSSA3) para Neutro com preço-alvo/ação YE22 de R$ 23 (R$ 32 anteriormente). Por fim, mantemos nossa recomendação neutra para o IRB Brasil (IRBR3) com preço-alvo YE22 atualizado para R$ 3 (R$ 5,50 anteriormente).

Resultados de 2021 trouxeram tom misto. As companhias do setor trouxeram um desempenho misto no ano passado. Enquanto as vendas foram fortes para a maioria dos segmentos, a sinistralidade ainda permaneceu em níveis acima do normalizado, porém trazendo duas tendências para 2022, em ramos de cobertura pessoal, vimos a melhora nos índices para médias históricas, mas em ramos como rural e automotivo os indicadores de sinistralidade se mostraram elevados refletindo secas no rural e inflação no mercado automotivo. Em termos de resultados operacionais, das companhias da nossa cobertura, destacamos a BB Seguridade que no acumulado de 2021 mostrou recuperação na lucratividade, principalmente com a Brasilprev apresentando um melhor desempenho financeiro. Por outro lado, a Porto Seguro, agora apenas Porto após o reposicionamento da marca, mostrou uma normalização de resultado, porém para pior, já que os efeitos das restrições de mobilidade traziam menor sinistralidade para a companhia e além disso, com a retomada das atividades e a maior inflação no mercado automotivo, a companhia viu os sinistros ultrapassarem níveis regulares.

A Sulamérica também viu seu resultado reduzir, mesmo diante de um cenário de bom crescimento em número de beneficiários, suas receitas acabaram sofrendo pressão na precificação por conta de reajustes negativos em planos individuais, mas o principal fator para o desempenho mais fraco foi a alta sinistralidade que afetou o setor ao longo do ano com a demanda reprimida e impactos da Covid com a Ômicron.

No ramo de resseguros, o IRB Brasil continuou trazendo prejuízos, mas dessa vez menores que 2020, impactado principalmente pelos resquícios de contratos nocivos à rentabilidade e já finalizados (estratégia de re-underwriting), mas que ainda refletem numa alta sinistralidade para a companhia. Apesar disso, vimos melhora nos indicadores na comparação anual, refletindo efeitos positivos da reestruturação na companhia.


Expectativas para 2022

O ano passado foi sem dúvidas um período de bom desempenho comercial para o setor, que cresceu 11,8% e faturou R$ 298,1 bilhões (seguros, acumulação e capitalização) com o ramo de seguros avançando 13,9%, acumulação 11,3% e capitalização avançando apenas 4,3%. Os últimos dados de 2022, mostram um crescimento ainda forte, com o bimestre (jan e fev) avançando 12,6% a/a, vindo de um setor de seguros e acumulação com boa demanda. Destacamos o bom momento do ramo rural que avançou 104% a/a no 1º bimestre, seguido pelo ramo de maior relevância, o automotivo crescendo 22%, acompanhando a inflação no mercado automotivo e pela continuidade na demanda no ramo de vida com crescimento de 16% e danos com 15%. Este desempenho mostra que uma expectativa de desaceleração para o setor no ano pode ser revisada e o setor continuar crescendo acima da inflação, mostrando boa capacidade de repasse nos preços. Por outro lado, os custos com sinistros ainda estão altos em alguns segmentos como automotivo e rural e a expectativa para o ano é que continuem em níveis acima da média, por sua vez, o ramo de cobertura pessoal deve continuar trazendo alívio com a vacinação reduzindo os óbitos por covid-19. Outra expectativa positiva para o setor para 2022 vem dos resultados financeiros, importante componente da lucratividade das companhias, com a taxa de juros em alta, as companhias tem voltado a incrementar sua rentabilidade através das suas reservas. Por fim, temos expectativas índices combinados melhores para o ano, mas com ressalva para os ramos auto e rural que ainda trazem números altos em sinistros.

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