Nesta segunda-feira, 8 de julho, Bruno Eustáquio Vieira foi preso em Belo Horizonte (BH), acusado de matar sua própria mãe, Márcia Lanzane, por interesse na herança. O crime ocorreu há três anos, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Desde então, Bruno estava foragido.
O Crime
Detalhes do Assassinato
Márcia Lanzane foi assassinada no dia 21 de dezembro de 2020. As investigações revelaram que o jovem Bruno atacou sua mãe dentro da casa da família. Imagens do circuito interno de segurança, encontradas posteriormente dentro do forno do fogão, mostram o momento do crime.
Luta Corporal
As gravações capturam uma violenta luta corporal entre mãe e filho. Os dois caíram no chão, com Bruno ficando em cima de Márcia. Ele a estrangulou e, em seguida, começou a golpeá-la com socos até que ela parou de reagir. Após a agressão, Bruno a deixou no quarto e foi até a sala, onde se sentou para assistir à televisão.
Chamada à Polícia
Na manhã seguinte ao assassinato, Bruno saiu de casa e retornou. Em seguida, acionou a polícia, alegando ter encontrado sua mãe morta. Esta versão dos eventos foi rapidamente desmentida pelas evidências coletadas pela polícia.
Investigação e Prisão
Conclusão do Inquérito
O caso foi investigado pela Delegacia Sede de Guarujá, que concluiu o inquérito policial em 31 de maio de 2021, indiciando Bruno pelo assassinato de sua mãe. Pouco depois, foi determinada a prisão temporária de Bruno, que permaneceu foragido até sua captura recente em Belo Horizonte.
Tribunal de Justiça
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou que Bruno deverá ser levado ao tribunal do júri e não poderá aguardar o julgamento em liberdade. A decisão foi fundamentada na gravidade do crime e na falta de cooperação do réu com as autoridades.
“A gravidade do crime é extrema e o réu não demonstra intenção de colaborar com a aplicação da lei penal. Portanto, fica mantida a decisão que decretou a prisão preventiva do acusado,” afirmou a juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal de Guarujá.
Defesa de Bruno
Alegações da Defesa
Anderson Real Soares, advogado de defesa de Bruno, contestou a decisão, argumentando que o laudo necroscópico apresenta contradições e informações incompletas. Segundo ele, não há comprovação de que a motivação do crime foi a herança.
Para Soares, houve cerceamento de defesa, ou seja, quando as provas apresentadas no processo não são suficientes para o julgamento justo. Ele afirmou que “provas produzidas unilateralmente pelos órgãos da acusação penal não servem para o processo penal e não podem basear condenações, muito menos suposições e teorias colocadas pela acusação.”