Bahia: Mulher morre após agonizar e implorar por atendimento em UPA de Salvador
Mulher morre após agonizar por atendimento médico em UPA de Salvador; familiares denunciam negligência

Na tarde desta terça-feira (11), Adnailda Souza Santos, de 43 anos, perdeu a vida após passar por momentos de sufocamento e desespero dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Pau Miúdo, em Salvador, Bahia. O crime, que ocorreu devido à falta de assistência adequada, gerou indignação entre familiares e resultou em denúncias de negligência médica.
Sidnei Monteiro de Jesus, marido da vítima, estava ao lado da esposa durante o atendimento e registrou a situação em vídeo. As imagens mostram o desespero de Adnailda, que, visivelmente sem ar, implorava por oxigênio enquanto aguardava atendimento:
“Eu vou filmar, porque se essa mulher morrer aqui… Tanto médico na casa, uma emergência, rapidinho, para um balão de oxigênio”, disse Sidnei, enquanto sua esposa, em sofrimento, gritava: “Por favor, doutor, libera oxigênio aqui”.
De acordo com a denúncia enviada pelos familiares à nossa redação, a paciente ficou em uma situação crítica durante horas, aguardando atendimento sem que o suporte necessário fosse oferecido. A situação foi testemunhada por vários presentes, incluindo o pastor Paulo Britto, cunhado da falecida, que afirmou em entrevista que a única “ameaça” percebida pela equipe médica era a cor da pele da paciente. Segundo ele, Adnailda, desesperada, apenas pedia para ser socorrida e receber oxigênio. “Ela não estava fazendo nenhuma ameaça, apenas dizia: ‘Eu não quero morrer, por favor, me bote no oxigênio’, e o médico parecia achar que ela estava brincando”, relatou.
O crime começou quando Adnailda procurou atendimento em várias unidades de saúde ao longo do dia, mas sem sucesso. Já à noite, por volta das 17h, ela se dirigiu à UPA de Pau Miúdo. Pouco depois das 20h, em frente ao consultório médico, ela já não conseguia mais respirar e suplicava por ajuda. As imagens capturadas por seu marido mostram claramente o desespero de uma mulher que não recebeu a assistência adequada quando mais precisava.
A denúncia também aponta que, durante a situação crítica, a UPA acionou a Polícia Militar, gerando ainda mais perplexidade entre os presentes. O que deveria ser uma emergência médica acabou se transformando em uma situação de negligência e total descaso, culminando na morte de Adnailda.
O caso gerou grande comoção e levantou questionamentos sobre o sistema precário de saúde pública da Bahia e a falta de capacitação dos funcionários públicos. Familiares e amigos aguardam esclarecimentos sobre o ocorrido e esperam que responsabilidades sejam atribuídas pelas falhas no atendimento.