Bahia: Jovem negro denuncia supermercado após ser perseguido por segurança

Jovem negro relata lesão racial e perseguição em supermercado de Salvador.

Breno Jezrael, de 23 anos ( Foto: Arquivos Mundial )

Na tarde do último domingo (17), o atendente de telemarketing Breno Jezrael, de 23 anos, usou as redes sociais para denunciar uma suposta injúria racial ocorrida em um supermercado da rede Hiper Ideal, no bairro Jardim Armação, em Salvador. O jovem afirmou ter sido seguido por um segurança do estabelecimento enquanto realizava compras, situação que classificou como constrangedora e discriminatória.

Em um vídeo compartilhado online, Breno relatou o episódio e informou que pretende tomar medidas legais. “Não vou aceitar que ninguém dentro desse mercado me maltrate. Estou indo à delegacia prestar um boletim de ocorrência e vou entrar com uma ação judicial pelo que estou passando. Isso é constrangimento. Por que eu? Por que sou negro? O segurança foi até o final para me seguir. Não sou ladrão e posso provar”, desabafou o jovem, visivelmente abalado.

Relato da abordagem

Breno contou que estava acompanhado de seu companheiro quando percebeu atitudes suspeitas por parte do segurança. Segundo ele, o funcionário os observava de forma insistente enquanto realizavam as compras. Mais tarde, ao retornar ao mercado para adquirir gelo, Breno notou que o mesmo segurança o observava novamente, intensificando o incômodo.

“O segurança se aproximou enquanto eu fazia as compras e, depois de pagar e sair com o carrinho, fui seguido até a saída do mercado”, afirmou.

Ao questionar o funcionário sobre o motivo da perseguição, recebeu como resposta que ele estava apenas “cumprindo o trabalho”. Breno rebateu: “O trabalho dele seria perseguir pessoas negras? Outros clientes brancos não estavam sendo observados dessa forma.” Apesar das perguntas, o segurança manteve a justificativa genérica.

Medidas legais e desdobramentos

Breno informou que registraria um boletim de ocorrência e que ingressaria com uma ação judicial contra o supermercado. Até o momento, o Hiper Ideal não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.

Casos como este reforçam o debate sobre práticas discriminatórias em estabelecimentos comerciais, especialmente em relação ao perfilamento racial, que segue sendo um problema recorrente. A injúria racial é crime no Brasil, prevista no artigo 140, § 3º do Código Penal, com pena de reclusão de 1 a 3 anos, além de multa.

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