Seis Pacientes Recebem Órgãos Contaminados pelo HIV no Rio de Janeiro

Erro em Exames de Laboratório Privado Leva à Contaminação de Seis Pacientes; Investigações Apontam Possível Fraude nos Testes.

Seis foram contaminadas com HIV após receber transporte de órgãos ( Foto: Arquivos Mundial )

Nesta sexta-feira (11), a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou que seis pessoas, que estavam na fila de transplante de órgãos, testaram positivo para o vírus HIV após receberem órgãos contaminados de dois doadores. O caso, que já está sendo investigado, comprovou um erro nos exames sorológicos realizados pelo laboratório privado Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.

O Lab Saleme, contratado emergencialmente pela SES-RJ em dezembro do ano passado, havia sido selecionado em um processo de licitação no valor de R$ 11 milhões para realizar testes de sorologia em órgãos doados.

O erro que resultou na infecção dos seis pacientes ocorreu justamente em dois exames que deveriam ter detectado a presença do HIV antes da realização dos transplantes.

Com a gravidade do ocorrido, a Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual agiram prontamente e interditaram o laboratório responsável.

Além disso, a Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil está conduzindo uma investigação sobre o caso, enquanto a 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, vinculada ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), instaurou um inquérito civil para apurar as irregularidades no programa de transplantes.

Em nota, o MPRJ destacou sua disposição para ouvir as famílias afetadas e acolher possíveis denúncias.

“O MPRJ ressalta que está à disposição para ouvir as famílias afetadas, receber denúncias de quem se sentir lesado e prestar atendimento individualizado às partes envolvidas”, afirmou.

Além das investigações locais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também entrou no caso e identificou mais irregularidades no laboratório.

De acordo com a agência, o Lab Saleme não possuía kits adequados para a realização dos exames de sangue e não apresentou documentos comprovando a compra dos itens necessários. Essa descoberta levantou a suspeita de que os testes podem não ter sido realizados corretamente, ou até mesmo que os resultados tenham sido forjados, agravando ainda mais a situação.

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