Um adolescente de 14 anos, identificado como Mateus dos Santos Souza, morreu e um homem de 33 anos está internado após serem baleados por policiais militares durante uma pegadinha que envolvia um “assalto falso”, no bairro Papagaio, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. O incidente ocorreu na sexta-feira (6). Segundo familiares, as vítimas não estavam armadas.
A Polícia Militar informou que os agentes envolvidos na ação foram afastados de suas funções enquanto o caso é investigado.
De acordo com relatos da família, Mateus estava na garupa de uma motocicleta pilotada pelo homem, quando avistou dois amigos da escola. Na intenção de assustá-los como parte de uma brincadeira, o adolescente fingiu um assalto, usando um celular como se fosse uma arma.
No momento da encenação, uma guarnição da Polícia Militar passava pelo local, testemunhou a cena e disparou contra os dois. Mateus e o motociclista foram baleados. Mateus foi levado ao Hospital Emec, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada deste sábado (7). O homem de 33 anos foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e posteriormente transferido para o Hospital Clériston Andrade, recebendo alta médica no mesmo dia.
A tragédia gerou comoção entre familiares e amigos de Mateus, que alegam que os dois estavam desarmados e que tudo não passou de uma infeliz brincadeira que acabou em tragédia.
Versão da Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar informou que a guarnição da Rondesp Leste realizava patrulhamento no bairro Papagaio quando avistou os dois ocupantes da motocicleta trafegando na contramão e em atitude suspeita. Segundo a corporação, os policiais presenciaram o momento em que a dupla teria anunciado um assalto contra dois jovens de uniforme escolar.
Ainda segundo a PM, a guarnição tentou verbalizar com os suspeitos, mas um deles teria feito um movimento brusco, sacando um objeto da cintura e apontando-o na direção das supostas vítimas, o que levou os policiais a efetuarem disparos, acreditando se tratar de uma arma de fogo.
A corporação afirma que está apurando os fatos para entender o que realmente aconteceu. Enquanto isso, os policiais envolvidos foram afastados da corporação, em conformidade com os procedimentos investigativos.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que deve ouvir testemunhas e analisar as circunstâncias do incidente.
