No desdobramento de um inquérito conduzido pela Delegacia da Mulher de Barueri, o influenciador religioso Victor Bonato, conhecido como Victor de Paula Gonçalves, enfrenta prisão temporária por acusações de estupro e violação sexual mediante fraude. Três fiéis do Galpão, uma espécie de igreja sob sua liderança, apresentaram depoimentos detalhados, descrevendo experiências semelhantes, o que levou à decisão da Justiça de São Paulo.
O processo, mantido sob sigilo na 2ª Vara Criminal de Barueri, revela relatos sensíveis das vítimas, todas jovens entre 19 e 24 anos, que descrevem um padrão de comportamento agressivo e coercitivo por parte do influencer. O juiz Fabio Calheiros do Nascimento, ao autorizar a prisão, destacou a semelhança nas características físicas das denunciantes, reforçando a consistência dos depoimentos.
A primeira vítima, uma estudante de 19 anos, relata episódios de violência física, sexual e psicológica em um intervalo de cinco dias. Os relatos incluem beijos forçados, imposição de atos sexuais e ameaças quando ela resistiu. Uma segunda denunciante, de 20 anos, descreve experiências semelhantes, incluindo sexo oral forçado, após consensuais encontros iniciais.
As alegações de ambas as vítimas apontam para um padrão recorrente de comportamento agressivo e persistente por parte de Bonato. Além disso, evidências de mensagens de cunho sexual e insistência em atos não consensuais compõem o inquérito.
A prisão temporária foi motivada pela preocupação da Justiça quanto à possibilidade de fuga, considerando que o influencer chegou a mencionar um “retiro espiritual” ao tomar conhecimento das queixas, desativando perfis na internet. O caso agora aguarda desdobramentos legais, enquanto a sociedade observa atentamente o desenrolar de mais um episódio envolvendo figuras públicas e a necessidade de garantir a segurança das vítimas e a justiça adequada diante das acusações graves.