A ação penal, que requer júri popular, foi recebida pelo Juiz titular da Vara Criminal da Comarca de Rio do Sul nesta terça-feira (5/5). Agora, inicia a instrução criminal.

Ana Beatriz, que tinha apenas 12 anos de idade, saiu de sua casa, no Bairro Canta Galo, no início da tarde do dia 2 de março de 2016, caminhando, como de costume, até a escola em que estudava, que ficava no mesmo bairro, não chegando, porém, ao seu destino e também não retornando para casa. Seu corpo somente foi encontrado na manhã do dia seguinte, dentro de um container de uma empresa localizada às margens da BR-470, no Bairro Barra da Itoupava, com sinais de violência sexual e com uma corda ao redor do pescoço, simulando um suicídio, que foi posteriormente descartado.
A denúncia oferecida pelo Ministério Público foi baseada nas provas colhidas no Inquérito Policial instaurado pela Delegacia de Investigação Criminal (DIC) de Rio do Sul e no Procedimento de Investigação Criminal (PIC) instaurado pela 3ª Promotoria de Justiça de Rio do Sul, com o apoio do Grupo regional do GAECO de Blumenau, que assumiu as investigações em novembro de 2019, quando o caso ainda se encontrava sem solução.
Em prosseguimento às investigações realizadas pelo GAECO, foi deflagrada, em fevereiro de 2020, a denominada “Operação Fênix”, em que se cumpriram mandados de busca e apreensão e de prisão temporária de dois dos então suspeitos e agora denunciados. O mandado de prisão do terceiro denunciado, que já se encontrava preso por outros crimes, foi cumprido em abril de 2020.

As investigações concluíram que Ana Beatriz teria pegado uma carona com Mario Fleger (conhecido de Ana e de sua família) e João Vivaldino Córdova Lottin (amigo de Mario) por volta das 13h do dia 2 de março de 2016, quando caminhava em direção à escola numa via marginal da BR-470, nas imediações da Concessionária Unidas e da Mecânica Presidente, em Rio do Sul.
De lá, eles teriam rumado para local que não se conseguiu apurar, onde teriam violentado sexualmente a vítima, causando em Ana graves lesões corporais. Em seguida, por volta das 14h30min, também para assegurarem a sua impunidade e ocultarem o estupro supostamente por eles praticado, Mario e João teriam matado Ana Beatriz mediante asfixia por esganadura.
Por fim, as investigações concluíram que Mario, desta vez com o suposto auxílio de Marcel Aparecido Albuquerque, que foi quem posteriormente acionou a Polícia Militar, com o objetivo de ocultar os referidos crimes, teria colocado Ana dentro do container de uma empresa de banheiros químicos situada às margens da BR-470, no Bairro Barra da Itoupava, onde Marcel trabalhava, suspendendo a menina incompletamente por uma corda para simular enforcamento suicida.
Mario era conhecido de Ana e de sua família, e com eles tinha certa proximidade, pois trabalhava numa empresa que ficava ao lado da casa da vítima e ainda frequentava a mesma igreja que Ana costumava frequentar com seus pais. Já João era amigo de Mário e, a princípio, assim como Marcel, não tinha nenhuma relação com a vítima ou com sua família. FONTE: MPSC